A Caixa Econômica Federal completa 158 anos neste sábado, 12 de janeiro. Tradicionalmente, nesta data, destaca-se a história de um banco que nasceu para estar ao lado dos brasileiros, sobretudo dos mais carentes. Entre tantos feitos, recebeu poupança de escravos, protegeu a economia das crises, centralizou as contas do FGTS e, mais recentemente, se tornou parceira estratégica do Estado na execução de políticas públicas que melhoraram a vida no Brasil.
Esse legado jamais será ignorado. O momento, no entanto, requer uma reflexão mais aprofundada sobre presente e futuro, seguida de uma convocação. Empregados e sociedade, juntos, precisam estar atentos ao que se pretende em relação à Caixa nos dias de hoje, pois é isso que vai determinar a Caixa que teremos no futuro. Queremos que ela esteja sintonizada com a população, algo que está em seu DNA desde 1861? Ou voltada aos interesses de alguns?
Infelizmente, as perspectivas são preocupantes. O governo de Jair Bolsonaro, cuja batuta da economia está nas mãos do ministro Paulo Guedes, reafirma todos os dias o que quer para o maior banco público não só do Brasil, mas da América Latina. Os planos são para diminuir a atuação da Caixa, vendendo participações nas áreas de seguros, cartões, assets e loterias. Fatiar a empresa nada mais é do que privatizá-la em pedaços.
A fim de obter o apoio necessário a essa onda de entreguismo, que vai afetar outras empresas públicas, a atual gestão federal busca manchar a história da Caixa e a reputação dos milhares de empregados perante a opinião pública. Para isso aposta em declarações e denúncias vazias, além de tentar colar na instituição o selo da ineficiência. Trata-se de uma estratégia covarde e nem um pouco alinhada com a maioria dos brasileiros, que, aliás, é contra as privatizações.
A Caixa 100% pública e social é a que interessa ao Brasil. Deve permanecer forte e lucrativa, atuando nos mais diversos setores da economia, para que continue sendo o banco da casa própria, do FGTS, da poupança, das loterias, do saneamento básico, da cultura e do esporte, entre outros. Qualquer retrocesso nesse perfil vai beneficiar somente o setor privado, que visa o rentismo, sem qualquer preocupação com o social e a vida dos mais pobres.
Fundamental também é que os milhares de bancários e bancárias da Caixa sejam respeitados. São eles, no dia a dia, que constroem o banco, e justamente por isso não podem ser tratados como números, como “despesa de pessoal”. Valorização deveria ser a palavra de ordem, o que significa contratar mais empregados, reduzir a sobrecarga nas unidades, combater o assédio moral e se importar com o adoecimento crescente da categoria.
Neste momento em que a Caixa chega aos 158 anos enfrentando sérias ameaças, não há outro caminho a não ser o da resistência. O movimento nacional dos empregados do banco, com o apoio da sociedade, barrou inúmeros ataques à instituição ao longo da história. Mais uma vez, é hora de conscientizar e lutar. Só assim será possível que a Caixa permaneça a serviço de quem realmente importa: o povo brasileiro.
Parabéns, Caixa!
Parabéns, empregados!
Vamos à luta!
Não tem sentido diminuir e privatizar a Caixa!
Fenae/Apcef/SC