CA da Caixa adiou votação sobre alteração do estatuto do banco
Empregados Caixa da ativa e aposentados se reuniram nesta quarta-feira 18, em manifestação contra a abertura de capital do banco. Participaram dos atos, integrantes do SEEB (Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região) e da APCEF-SC. A manifestação foi realizada em todo o Brasil. Na capital de Santa Catarina, os protestos foram realizados em frente às agências Miramar, no Centro e Universitária, no bairro Trindade e ainda em frente ao prédio da Superintendência de Florianópolis.
Ao fim do dia, os empregados tiveram uma vitória: O adiamento da votação sobre a alteração do estatuto da Caixa pelo CA (Conselho de Administração), que ocorreria na mesma tarde. “Ganhamos mais uma batalha, mas a luta prossegue´, afirmou a representante dos empregados no CA da Caixa, Rita Serrano. “O recuo é positivo e fruto da mobilização dos empregados, com a ação das entidades associativas e sindicais que hoje promoveram um Dia Nacional de Luta em defesa da Caixa Pública e outras iniciativas que já vêm acontecendo – tais como as audiências públicas pelo País e, ainda a atividade realizada no dia 17, na Câmara dos Deputados.
“O resultado das manifestações, no dia de ontem, confirma que só a união dos empregados ativos e aposentados vai garantir a permanência da Caixa Pública e, consequentemente, garantir também os direitos dos trabalhadores, como o Saúde Caixa e a FUNCEF”, defendeu a diretora dos aposentados da Apcef/SC, dirigente sindical do Seeb Floripa e membro do Conselho de Usuários do Saúde Caixa Zuleida Martins Rosa.
“Nos tempos dos governos Collor e FHC a Caixa sofreu grandes ameaças. No entanto, os empregados do banco se uniram e fizeram frente aos ataques contra a Caixa. O mesmo precisa ser feito agora, ainda mais diante de um governo insensível, que deu as costas aos trabalhadores”, defendeu o diretor-presidente da Apcef-SC Marco Zanardi. Ele lembrou que as manifestações nas redes sociais são importantes e somam de alguma forma, mas que é preciso ir às ruas, mostrar indignação e dar corpo aos movimentos, para que o papel social da Caixa não seja destruído. “Precisamos unir forças. Precisamos mobilizar lideranças políticas, em todas as esferas -independentemente de partido- para mostrar as ameaças que a população sofre com ataques impostos à Caixa”, conclamou Zanardi. Para manter a mobilização em defesa da Caixa, será realizada uma sessão na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), no dia 13 de novembro.
Defenda a Caixa!
De acordo com a Rita Serrano, o objetivo do governo ao tornar a Caixa uma empresa S/A cumpre a função de facilitar, em um futuro próximo, a abertura de capital do banco, com a consequência imediata de perda de seu papel de gestor dos mais importantes programas sociais do País, que tendem a diminuir ou mesmo desaparecer, já que o único interesse dos acionistas é o lucro, e eles não têm compromisso com a população e com a melhoria das condições sociais.
Para propor tal alteração o governo alega que a mudança melhoraria as regras de governança. No entanto, a Caixa já cumpre regras de governança e é supervisionada e fiscalizada por mais de 15 órgãos diferentes, além de contar com auditória interna e externa. No último período, por conta de denúncias contra seus dirigentes, o CA também decidiu contratar uma empresa de investigação forense. O que vai impedir a ocorrência de má gestão ou casos de corrupção não é a entrada nas regras da bolsa de valores, pois se fosse assim isso não aconteceria em empresas como a JBS ou o BB, por exemplo.
“A verdade é que governo Temer quer entregar o patrimônio público para o capital privado em troca da manutenção do seu mandato e, sendo assim, age com pressa. Mas a Caixa é um banco que está à frente do desenvolvimento do Brasil, e precisa continuar assim”, alerta Rita.
Fonte: https://goo.gl/SQaFXq